segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Então


Sou mulher,
Sou geniosa,
Sou livre, misteriosa.
Quando amo,
Sou dama, sou rameira,
Cúmplice, companheira,
Doce e sensual.
Mas, não brinque comigo não!
Nem me queira submissa.
Tudo tem que ser do meu jeito.
Eu tenho muitos defeitos,
Tenho ciúmes, sou birrenta,
Ardida como pimenta...
Se vacilar,
É muito fácil para mim,
Coloco ponto,
Viro a página.
E na outra...
Bem, na outra,
Escrevo:
FIM!!!!!
Então?

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Visionária


Caminho a esmo,
Deixo que meus passos
Me levem,
Do nada para lugar nenhum...
Nada nas mãos,
A não ser os calos,
Do trabalho,
De uma vida comum...
Pés descalços,
Pisam suavemente,
Desapercebida,
Segue calmamente...
O porte altivo,
Corpo esguio,
Rugas na pele,
Um dia,  já foi bela...
Roubaram-lhe os sonhos,
E o direito de amar.
As feridas já não doem mais
Só a tristeza no olhar...
Segue,
Louca,
Visionária insana!
Faz tua lenda,
Conta tua história,
Poesia pelo avesso,
Seja princesa,
Submissa,  profana,
Santa ou meretriz.
Pelo menos em seus versos,
De alguma forma,
Você é feliz!!!

Leda Beatriz Mattos

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Ao som de um bolero


Plena,
Envolvente,
Irresistível,
Danço nas estrelas
Ao som de Ravel.
Na evolução do bolero,
No carinho mais terno,
No amor mais puro,
Maduro,
Avassalador...
Dona de meus sentidos,
Desejos,
Fantasias,
Luxúria...
Quero emoção,
Beijo,
Teu corpo,
Tua alma...
Não importa onde estejas
Sei que estás aqui,
Nos gemidos,
No silêncio,
Nas palavras,
Sem nexo.
Nos sentidos,
No sexo,
Bem junto a mim!!!

Leda Beatriz Mattos

Beijo

Sinto o gosto de teu beijo,
Impregnado em minha boca,
nas noites insones,
que antecedem a solidão,
na procura que faço de  nós dois.
Nas despedidas
e na chegada do teu corpo envolvente,
no meu corpo ardente de desejo,
de ser tomado por uma paixão louca.
Ter na boca sabor do teu beijo,
É tesão, que adoça com carícias.
corpo ardente, entre beijos e malícias...
Paixão pura, primitiva,
Sacia o corpo,
Adormece os sentidos,
e a alma fica ainda mais viva!!!

Leda Beatriz Mattos©

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Noite, memórias mortas

Estou aqui,
Na escuridão da noite,
Esperando quem sabe,
A noite eterna...
Nada mais faz sentido,
Memórias mortas!
Tudo transformado em pó,
Imutável...
E nesse momento só,
O improvável...
Flores mortas que se juntam,
Num vestido fúnebre,
Negro como a noite,
Dançam,
Uma melodia lúgubre...
Liberdade!
Sem ferida...
Sem atadura,
Dessa existência,
Perdida e dura!
Sei que não verei mais o dia,
Esquecida do que vivi,
Não estarei mais amanhã aqui!
Noite,
Escura, de memorias mortas!!!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Escurece

O sol se põe sobre o mar,
Na areia morna, observo.
Na cabeça, turbilhões, pensamentos.
Não me reconheço, na mulher
Que ali está,
Olhar perdido, triste.
Sonhos? Apenas quimeras,
Momentos.
Mudei? Sim, por amor!
Perdi o brilho, a cor...
Vesti me de calma, doce, submissa,
De nada adiantou,
Nada mudou...
Silêncio torturante,
Vazio...
Fio da navalha, cortante...
Vida por um fio...
Seria o começo? Sim!
O começo de um fim!!!

Escurece... em mim!!!

Leda Beatriz Mattos

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Eu e o vento

De repente, o céu se fecha,
Cai uma chuva, calma...
Passei um longo tempo na janela
Esperando a poesia  passar.
Quantas vezes o vento
afagou os meus cabelos,
e a chuva molhou o meu rosto...
Fechei meus olhos
me deixei levar...
O vento com suas razões incompreensíveis,
Nem tudo que ele sussurra é verdade,
nem toda verdade ele revela...
Assopra e morde
abre caminhos
bate portas,
fecha janelas...
Me deixa em desalinho
Sufocada com seu calor...
Promete
Afastar os dias ruins...
Faz juras de amor
De um amor sem fim,
traz os passarinhos
especialmente pra mim...
Chama para voar,
Para longe, além mar...
Ser feliz, amar.
Enfim,
Como não dizer sim?
Partir sem lamento,
na chuva,
eu , e meu parceiro,
o  vento...